quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Gibbons Experience


Foram dois dias e uma noite distante do que chamamos de civilização no passeio Gibbons Experience, um tour oferecido na cidade de Houay Xay em Laos, na margem do rio Mekong fazendo fronteira com a Tailândia. A cidade em si não tem nenhum atrativo, é basicamente somente uma das portas de entrada no país e conexão para Luangprabang. Outro atrativo na cidade são os programas de preservação da fauna e flora de Laos, por exemplo Gibbons Experience

Gibbon é o nome vulgar dado aos primatas pertencentes à família Hylobatidae. Este grupo compõe a super-família Hominoidea juntamente com os hominídeos. O grupo habita as florestas tropicais a sub-tropicais da Indochina. O passeio tem o nome de Gibbons Experience porque esses macacos supostamente vivem nas proximidades... tá mais pra lenda do macaco perdido, não vi ninguém falar que viu um Gibbon ao vivo mas se alguém me perguntar eu vi um sim (o vídeo explicação n~ao me deixa mentir)

Sete da manhã recebemos as instruções básicas de segurança, deixamos nossas malas no escritório do Gibbon e partimos de carreta para o começo da trilha. Cinco pessoas faziam parte do grupo da vez: Eu, Leanne, Citzka e Wannace (casal holandês nos seus quarenta e poucos) e Michael (um tcheco viajante nos seus cinquenta e tantos). Pronto! Grupo formado, vamos trabalhar!

O começo da trilha com destino a nossa casa fica atras de um pequenino vilarejo onde os adultos e crianças todos nos acenavam com um lindo sorriso no rosto, um generoso shot de alegria para energizar a nossa manhã. Com os equipamentos de arvorismo apostos, a caminhada começou e logo teve uma pausa, nem deu tempo para esquentar, tínhamos que pegar nosso primeiro zip lining. Muita sagacidade dos caras, logo colocaram o zip nível baba-baby de cara para os dois instrutores observarem como nos sairíamos voando através dos cabos de aço (carinhosamente conhecido como zip)

Sucesso! Com todos do outro lado do rio inteiros continuamos a trilha, mas dessa vez com um pouco mais de dificuldade, subida o tempo todo. Logo nos primeiros passos já deu vontade de tirar a blusa, mesmo com o frio e a umidade da mata fechada, percebi que não seria nada fácil chegar no nosso destino, pernas-pra-que-te-quero. O legal era quando a trilha acabava e só se via o zip, ou seja, hora de deslizar pulando de montanha em montanha, um transporte rápido, indolor, relaxante e ao mesmo tempo muito radical

Sobe, desliza, sobe, desliza... até que de longe avistei uma simples casa-de-árvore e me perguntei silenciosamente se aquele era o nosso destino. A resposta veio ao pegar o zip e parar na porta daquela casa sem aviso prévio. Fomos avisados que a jornada da manhã havia se encerrado. Para chegar até a nossa casa na floresta foram 3 horas subindo montanhas de mata fechada e voando através dos longos cabos em alta velocidade, oito no total. Fizemos o trajeto em velocidade recorde disse o nosso instrutor



A casa era incrivelmente perfeita! No primeiro andar ficava a entrada/saída e o banheiro com chuveiro e pia funcionando com água encanada. Subindo as escadas uma área comum para termos as refeições, pia para a louça, e algumas camas espalhadas pelos cantos. O último andar abrigava mais algumas camas. Ali estávamos hospedados numa casa de árvore, um sonho antigo de criança, incrível! Almoçamos sanduíches trazidos pelos instrutores e logo fomos descansar da longa caminhada, nada como um deito na casa da árvore depois de encher a pança

Na tarde saímos para um passeio rápido para ver a "maior árvore de Laos", nada demais, o bacana é o trajeto: sobe, desliiiiiiiiizaaaaaaaa. Ao voltarmos a janta nos aguardava e estava deliciosa, não me importei nada em jantar as 5 da tarde. O pôr-do-sol foi outro show a parte, da casa de árvore podemos ver tudo nos mínimos detalhes, todo aquele sol indo parar de trás das montanhas, colorindo o céu todo de laranja. Algumas luzes iluminavam a noite mais nem tanto, então tentamos matar o tempo jogando um pouco de baralho e também jogando conversa fora. Pensei que horas haviam se passado e bateu aquelo sono em todos nós... ainda eram 9 da noite, o que tava bom, teríamos que acordam as 5 da matina para acompanhar a atividade matinal da floresta

O dia seguinte não teve muitas novidades, mas foi hora de descer as trilhas escorregadias, onde cada um de nós saiu com uma marca de terra em nossos traseiros, ninguém escapou ileso. Almoçamos no vilarejo junto com os locais e foi uma bela despedida, me simpatizei muito como povo laosiano

De volta em Houay Xay me hospedei novamente na Friendship Guesthouse e daqui escrevo, amanhã terei uma longa jornada pela frente... serão dois dias cruzando o rio Mekong em direção a Luangprabang, inté!


o.Ô'

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